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Resumo sobre Ordinals e Inscriptions

₿LOCO 817,318

8 de maio de 2023

Ordinals e Inscripitions

Sempre houve a motivação de usar o Bitcoin como plataforma de tokens, “criptoativos” que aproveitassem as vantagens do sistema base incensurável, descentralizado e antifrágil.

Já em 2012, havia a ideia de rastrear alguns satoshis e tratá-los de maneira especial, como esta, chamada de “Colored Coins”. Separa-se uns sats, “colore-os” de maneira que fiquem diferentes dos demais, e cada um passa a ser tratado como um ativo à parte.

bitcoin 2.X (aka Colored Bitcoin) – initial specs – Yoni Assia

Muitos projetos surgiram implementando essa ideia. O Vitalik era um dos entusiastas, até resolver fazer seu próprio sistema “melhor que o Bitcoin” (segundo alguns ethereans).

A lista é grande:

Colored Coins – Bitcoin Wiki

Um projeto desses que ainda existe é o USDT. Começou em 2013, como uma segunda camada, chamada Omni. Alguns exploradores de blocos conseguem entender os dados adicionais do protocolo, por exemplo, presentes nesta transação de Bitcoin:

Bitcoin / Transaction / 9b26adf4034282aeb7554c735ee6ce867a01a6e6dd09725840d5b3eac477190b — Blockchair

Em 2023, o Casey (@rodarmor) / X (twitter.com) teve uma ideia simples para rastrear todos os satoshis, bastando dar um número para cada, depois de minerados ou transacionados. Este número é apenas uma convenção, nada foi modificado no código. Essa ideia é chamada de “Ordinals“.

No fim de 2022, ele teve uma ideia de usar o campo witness, criado com o SegWit, para armazenar dados arbitrários (e usando Taproot). Também foi só uma convenção. Esse método é conhecido como “Inscriptions “.

Apesar de o Bitcoin não ter sido feito com esta motivação, sempre foi possível escrever dados arbitrários na blockchain. O Satoshi foi pioneiro escrevendo a manchete do The Times. Muita gente escreveu outros textos, alguns listados aqui:

BitcoinStrings.com

E como os campos das transações são apenas conjuntos de bytes, é possível codificar nelas qualquer tipo de arquivo digital. Basta dividir o arquivo em muitos pedacinhos e usá-los como outra coisa.

Um pedaço de 20 bytes pode virar um endereço e é possível fazer uma transação depositando satoshis em milhares de endereços. Depois, é possível reconstruir o arquivo lendo apenas o que interessa.

A primeira imagem colocada na blockchain, seguindo esta técnica, foi uma foto do Nelson Mandela, em 2013.

Bitcoin – 78f0e6de0ce007f4dd4a09085e649d7e354f70bc7da06d697b167f353f115b8e (bitfossil.com) (este site tem muitas outras registradas)

Essa transação não tinha nada de especial. Apenas queimou milhões de satoshis em endereços que provavelmente nunca serão gastos, pois as chaves privadas são desconhecidas.

Transação: 78f0e6de0ce007f4dd4a09085e649d7e354f70bc7da06d697b167f353f115b8e – mempool – Bitcoin Explorer

Em 2017, auge do Block Size Wars, muitos testaram a ditadura Chinesa, gravando conteúdo proibido, como esta transação contendo uma foto do “Tank Man”. Com a  rede congestionada, custou 0.13 btc de taxas, 138 USD no dia.

Resultado: não ligaram pra isso.

Aqui tem uma lista de várias coisas que foram registradas na blockchain, ao longo dos anos:

Cool data embedded in the Bitcoin blockchain – Ciro Santilli

Esse uso é interessante mas o método é péssimo. Os novos endereços gerados são armazenados numa base de dados importante, o “UTXO set”. E esse conteúdo não pode ser apagado do fullnode.

Uma das vantagens dos recentes Inscriptions, é justamente usar o Taproot e o espaço witness, pois os dados nesse espaço podem ser apagados depois que a transação é verificada (ou nem baixados se quiser).

Recentemente, mais um conceito de segunda camada (ou terceira?) foi inventado, o “BRC-20”. Este serve principalmente pra criar ShitTokens, usando as ideias acima. O que é inscrito é um pequeno json, como:

{“p”:”brc-20″,

“op”:”mint”,

“tick”:”defi”,

“amt”:”500″}

ordpool.space – Inscpriptions Explorer

Transaction: 8F33A09A0D5039F1E0AD96E09952C8248802083582C3542EB8036C50D65CE061 | Blockchain.com

Inscription #4809315 | Hiro Ordinals Explorer

Essa transação está gerando 500 desses tokens, chamados DEFI, pelo preço gasto nas fees. O trouxa que está gerando esse lixo acredita que vai vendê-lo no futuro pra outro mais trouxa.

No passado, ShitTokens criados com os protocolos antigos, também causaram certo congestionamento na rede. Até 2015, era possível fazer transação pagando taxa zero. Com o aumento do uso, novas regras de pagamento mínimo surgiram.

É importante deixar claro o óbvio: quanto mais o Bitcoin for usado, melhor.

Quanto mais camadas, quanto mais cooperadores ou rivais disputando o uso, quanto mais transações, melhor pra todo mundo.

A mesma transação pode ser interpretada de maneira diferente em exploradores distintos. Um vê apenas a primeira camada e o outro vê as demais.

Se sua necessidade é transacionar pequenos valores e de maneira rápida, sugiro já testar uma carteira com Lightning Network. Eu uso a ZBD (zebedee.io), que me atende bem. E existem outras, procure!

Também existem outras soluções. Aproveite para estudá-las.

O Korea no X: “Aos interessados, segue como você pode usar a rede Liquid para evitar pagar taxas absurdamente altas nesse momento de ataque à rede bitcoin. 

Acho que esse hype recente vai passar assim que acabar os bitcoins dos shitcoinheiros. Mas no longo prazo, espero que o uso da blockchain seja raro.

Wicked no X: ““…#Bitcoin [will] be the high-powered money that serves as a reserve currency for banks that issue their own digital cash. Most #Bitcoin txns will occur between banks, to settle net transfers. #Bitcoin txns by private individuals will be…rare.” – Hal Finney, December 2010

E se quiser saber mais, o ottosch (@ottosch_) / X (twitter.com) e eu participamos de um vídeo do F You Money falando sobre isso:

DTV #39 Tudo Sobre Ordinals, O Que São? Para Que Servem? c/ Narcélio e Otto – YouTube

Créditos: Narcelio – Texto Original Resumo Sobre Ordinal e Inscriptions